Ah! Que saudade que eu tenho
Ah! Que saudade que eu tenho
Da terra onde morei
– Se eu pudesse voltaria lá –
Saudade do que no passado está
Saudades dos raios de sol nos galhos
Da terra vermelha no chão
Da brisa balançando as folhas
Do cheiro da plantação
Do canto do galo que acorda
Do leite espumoso tirado na hora
Da escola que tão pouco freqüentei
Das modinhas diferentes de agora
Do trole, do trem lá ao longe
Do verde do canavial
Do caule frondoso da mangueira
Das leiras do mandiocal
Da polenta, da puína, da garapa
Da lingüiça , morcela, do pão,
Do café com leite e queijo
Derretido na lenha do fogão
Dos cantos de roda, dos licores
Do truco, da quermesse, do bordado
Da missa, do terço, da procissão
Do chapéu intrometido do namorado
Da sanfona que gemia ao longe
Dos namoricos no caminho da capela
Dos pés descalços, das tranças, das fitas
Ah! Que saudades da minha janela!
Ah! Que saudade que eu tenho
Da terra onde morei
– Se eu pudesse voltaria lá –
Saudade do que no passado está