Trovas VI
Os grilos cantam
Os sapos coaxam
Numa música só
A coruja pia
E o gato mia
De fazer dó
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sem criança
não haveria
nem esperança
nem poesia
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Oito anos
Que simplicidade
Que flor perfeita
Que bela idade
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Abelha de flor em flor
Formiga de galho em galho
Atentas, muito contentes
Realizam os seus trabalhos
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Sonho puro
Suave doçura
Nuvens brancas
Lírio de candura
Trovas IV
Lá no alto
Vão as nuvens voando sem fim
Levam recadinhos,
Aos meus netinhos
– Não se esqueçam de mim
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Veio a tempestade
Que medo! Preocupação…
Não foi nada. Apenas trovão!
Cheia de tristeza… esperança…
Vem a alegria… bonança
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Meu coração sofre tanto
Vem enxugar meu pranto
Por que sofro assim?
Gostaria de ser uma pedra
Fincada na terra
No meio de um jardim
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Trovas III
Sonhei
Eras uma flor!
Tornei-me abelha
Para beijar-te com mais ardor
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Tudo ao redor, neste meu ninho
Parece calado, estou sozinho
O pensamento fala baixinho
No ar, o gorjeio, do passarinho
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Lá no horizonte, desponta o sol
Na árvore florida, canta o rouxinol
No alto da montanha, nasce a mina
Por entre as pedras, água cristalina
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Trovas II
Quisera ter inspiração
A cada minuto, fazer poesia
Aos que me cercam
Dar alegria
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Sapo pulando
A beira do riacho
Peixe nadando
Fica por baixo
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Caindo do alto
Me esparramo no asfalto
“cai como luva”
É a chuva! É a chuva…
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O Sonho de Maria 