Trovas VI

Trovas VI

 

Os grilos cantam

Os sapos coaxam

Numa música só

A coruja pia

E o gato mia

De fazer dó

……………………………………………….

sem criança

não haveria

nem esperança

nem poesia

……………………………………………….

Oito anos

Que simplicidade

Que flor perfeita

Que bela idade

……………………………………………….

Abelha de flor em flor

Formiga de galho em galho

Atentas, muito contentes

Realizam os seus trabalhos

……………………………………………….

Sonho puro

Suave doçura

Nuvens brancas

Lírio de candura

Quem será?

Quem será?

 

Não sei se você me conhece

Sei que existo

Não tenho cor

Ninguém me vê

Sou como o vento

Não tenho tempo

Não envelheço

E sempre venço

Não tenho idade

Sou na saudade

Na alegria também

Na terra , no céu,

Sei lá…  no além

Só me abato

Onde há rancor

Sou feliz

Como abelha na flor

Sugando o mel

Com muito ardor

Me aninho

No grande,  no pequeno

No humilde, no nobre

Todos se animam

Quando me descobrem

Tudo gira em meu redor!

 

Sabe quem sou?

Sou um sentimento sublime

Que só o coração define

– Eu sou o amor!

Rosas

Rosas

 

A terra dá a vida à raiz

A raiz dá vida ao tronco

O tronco da vida aos galhos

Tudo chegando ao mesmo ponto

Nos galhos brotam as folhas

Em meio às lindas rosas

Brancas, amarelas, vermelhas

Qual será a mais dengosa?

 

Numa rosa pousa a abelha

Noutra a gentil borboleta

Sugam da rosa o mel

Desprezando a violeta

Trovas III

Trovas III

 

Sonhei

Eras uma flor!

Tornei-me abelha

Para beijar-te com mais ardor

……………………………………………….

Tudo ao redor, neste meu ninho

Parece calado, estou sozinho

O pensamento fala baixinho

No ar, o gorjeio, do passarinho

……………………………………………….

Lá no horizonte, desponta o sol

Na árvore florida, canta o rouxinol

No alto da montanha, nasce a mina

Por entre as pedras, água cristalina

……………………………………………….

Que você seja…

Que você seja…

 

Como a brisa suave

Como perfume da flor

Como o raio do sol

Espalhando doçura e amor

 

Como gota de orvalho

Que brilha ao luar

Como as estrelas no céu

Que nos convida a amar

 

Como a chuva fina

Que ameniza o mormaço

Como as nuvens brancas

Que se espalham no espaço

 

Sempre sorrindo

Espalhando amor

Sempre imitando

A abelha na flor